segunda-feira, 22 de março de 2010

Cientistas observam produção em massa de estrelas há 10 bi de anos

Um grupo internacional de astrônomos descobriu uma galáxia que há 10 bilhões de anos produzia estrelas numa velocidade cem vezes mais rápida do que a da Via Láctea atualmente.

Segundo os pesquisadores liderados pela Universidade de Durham, no Reino Unido, a galáxia conhecida como SMM J2135-0102 produzia aproximadamente 250 sóis por ano.

"Essa galáxia é como um adolescente passando por um estirão [período de crescimento rápido]", comparou Mark Swinbank, autor do estudo e membro do Instituto de Cosmologia Computacional da universidade britânica.

A pesquisa, publicada no site da revista científica "Nature", revelou que quatro regiões da galáxia SMM J2135-0102 eram cem vezes mais brilhantes do que atuais áreas formadoras de estrelas da Via Láctea, como a Nebulosa de Órion, indicando uma maior produção de estrelas.

"Galáxias no início do Universo parecem ter passado por um rápido crescimento e estrelas como o nosso Sol se formavam muito mais rapidamente do que hoje", disse.

A mesma equipe já tinha descoberto, em 2009, uma outra galáxia, MS1358arc, que também formava estrelas em uma velocidade maior do que a esperada há 12,5 bilhões de anos.

"Sorte de principiante"

"Nós não entendemos completamente por que as estrelas estavam se formando tão rapidamente, mas nossos estudos sugerem que as estrelas se formavam muito mais eficientemente no início do Universo do que hoje em dia", explicou Swinbank.

A galáxia SMM J2135-0102 foi encontrada graças ao telescópio Atacama Pathfinder, no Chile, operado pelo European Southern Observatory. Observações complementares foram feitas com a combinação de lentes naturais gravitacionais de galáxias nos arredores com o poderoso telescópio Submillimeter Array, no Havaí.

Por causa de sua enorme distância e do tempo que a luz levou para alcançar a Terra, a galáxia só pode ser observada como era há 10 bilhões de anos-luz, apenas três bilhões de anos após o Big Bang.

Fonte: Folha de São Paulo

sábado, 6 de março de 2010

Plutão em technicolor

A Nasa divulgou uma série de imagens em "cor quase real" feitas pelo telescópio espacial da superfície do ex-planeta Plutão. É a vista mais detalhada da superfície de plutão, e revela um mundo muito mais colorido e movimentado que o bloco de gelo uniforme e sem graça que o senso comum imagina que ele seja.

Diz o comunicado da Nasa:

"As imagens feitas pelo Telescópio Espacial Hubble mostram um mundo gélido e de cor de melado que passa por mudanças em sua cor de superfície e em seu brilho. Plutão ficou bem mais avermelhado, enquanto seu hemisfério norte, iluminado, ficou mais brilhante. Essas mudanças são provavelmente consequência da sublimação do gelo no polo iluminado e de seu recongelamento no outro polo, à medida que o planeta-anão entra na próxima fase de seu ciclo solar de 248 anos. A mudança de cor aparentemente ocorreu em um período de dois anos, entre 2000 e 2002."

O tom geral alaranjado da superfície, segundo a Nasa, se deve à quebra de metano pela radiação ultravioleta do Sol.

A agência adverte os fãs de Plutão a saborearem as imagens: só em 2015 teremos uma visão melhor da superfície do ex-planeta, quando a sonda New Horizons estiver a seis meses de sua aproximação máxima do astro.

Fonte: Folha Online - Blogs - Laboratório

segunda-feira, 1 de março de 2010

Nasa divulga fotos espaciais captadas pela sonda Wise

da Efe, em Washington

A agência espacial norte-americana Nasa divulgou as primeiras imagens do cosmos feitas pela sonda Wise, que mostram, entre outras, a galáxia de Andrómeda e um cometa com um rastro de mais de 16 milhões de km. As imagens foram liberadas na quarta-feira (17/02/2010).

A sonda Wise (Wide-field Infrared Survey Explorer) começou a transmitir em 14 de janeiro e os cientistas da Nasa já receberam mais de 250 mil imagens, indicou a agência espacial americana em comunicado.

Foto AP

Imagem divulgada pela Nasa traz galáxia Andrômeda, também conhecida como Messier 31, capturada pela Wide

"A Wise funcionou de maneira fabulosa", disse Ed Weiler, administrador adjunto do Diretório de Misiones Científicas da Nasa em Washington.

"Estas primeiras fotografias estão demonstrando que a missão secundária da sonda de localizar asteroides, cometas e outros objetos será tão importante como observar todo o céu sob luz infravermelha", acrescentou.

Uma das imagens mostra um cometa batizado de "Siding Spring", cujo rastro parece uma mancha de pintura vermelha com uma estrela azul.

Pelos cálculos dos cientistas, a missão de Wise deverá terminar em outubro deste ano, quando deve acabar o combustível que alimenta seus instrumentos para funcionar.

Fonte: Folha de São Paulo

Astrofísicos decodificam origem das supernovas

da France Presse, em Chicago

Astrônomos que há muito tempo utilizam as supernovas como marcos históricos cósmicos para ajudar a medir a expansão do universo, têm agora uma resposta à pergunta sobre o que provoca essas explosões massivas, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (18) na revista "Nature".

As supernovas, estrelas que explodem no fim de suas vidas, "são objetos cruciais para compreender o universo", explicou o principal autor do estudo, Marat Gilfanov, do Instituto Astrofísico Max Planck da Alemanha, durante a apresentação da pesquisa realizada por sua equipe.

foto AP

Supernova (explosão estelar) mais recente de que se tem notícia na Via Láctea, que ocorreu há 140 anos

"O fato de não conhecermos seu funcionamento era um aborrecimento. Agora começamos a compreender o que acende o pavio que provoca essas explosões", disse.

Segundo a maioria dos cientistas, algumas supernovas, conhecidas como as de tipo 1a, se formam quando uma anã branca --o coração degenerado de uma estrela vermelha gigante-- fica instável após superar sua massa máxima.

Motivos

A instabilidade pode ser resultado da fusão de duas anãs brancas ou do "acréscimo", um processo pelo qual a gravidade de uma estrela absorve uma parte da matéria da outra.

Graças ao telescópio espacial norte-americano Chandra X-Ray Observatory da Nasa, Marat Gilfanov e seus amigos estudaram as supernovas de cinco galáxias elípticas, assim como a da região central da galáxia Andrômeda.

"Nossos resultados permitem pensar que quase todas as supernovas das galáxias que temos estudado são resultados de fusões de duas anãs brancas", destaca Akos Bogdan, do Instituto Max Planck, co-autor do estudo.

"Se as supernovas fossem produzidas por acréscimo, as galáxias seriam cerca de 50 vezes mais brilhantes sob o efeito dos raios-x, que é o que na realidade observamos", acrescentou.

Serão necessários mais estudos para determinar se a fusão é também a primeira causa do surgimento das supernovas em galáxias espirais.

Fonte: Folha de São Paulo

Estrela "engorda" planeta e está prestes a devorá-lo

da New Scientist

Um planeta fora de nosso Sistema Solar, ou seja, um exoplaneta, está sendo "engordado" por sua estrela, que parece pronta para devorá-lo.

O WASP-12b é um planeta gigante gasoso que tem massa equivalente a 1,4 vezes a de Júpiter --o maior do sistema planetário em que fica a Terra.

No entanto, ele já foi inflado para um tamanho de aproximadamente 1,8 vezes o tamanho de Júpiter.

Shu-lin Li, do Instituto Kavli para Astronomia e Astrofísica em Beijing, China, e seus colegas, dizem que este fenômeno é causado pela gravidade da estrela.

A gravidade estelar agita o interior do planeta, gerando calor e expandindo seus gases. Com isso, o Wasp-12b em estado expandido mal consegue segurar sua atmosfera mais exterior.

Isto deve permitir que a estrela roube matéria do planeta, consumindo-a completamente em cerca de 10 milhões de anos, estima o grupo.

"Isto pode parecer um longo tempo, mas para astrônomos não é nada", diz Li. Como referência, a terra já tem uma história estimada em mais de 4,5 bilhões de anos.

O WASP-12b orbita sua estrela em um ciclo de 26 horas. O estudo a respeito foi publicado na revista "Nature".

Fonte: Folha de São Paulo