quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Superfície de menor planeta fora do Sistema Solar é rochosa, dizem cientistas

Dados detalhados sobre o menor planeta já encontrado fora do nosso sistema solar sugerem que se trata de uma "super-Terra" com superfície rochosa, muito parecida com a nossa, disseram astrônomos europeus nesta quarta-feira (16).

O chamado exoplaneta, cuja descoberta foi anunciada em fevereiro, tem cinco vezes a massa da Terra, o que, combinado com seu raio, sugere que tenha uma superfície sólida e uma densidade semelhante ao do nosso planeta.

"Isso é ciência no que ela tem de mais excitante e incrível", disse o astrônomo suíço Didier Queloz, chefe da equipe que fez as observações.

Cerca de 330 exoplanetas já foram achados orbitando outras estrelas além do Sol. A maioria são gigantes gasosos com características semelhantes a Netuno, que tem 17 vezes a massa da Terra.

Mas o planeta citado no estudo de hoje --chamado pelo singelo nome CoRoT-7b --é diferente. Ele completa uma órbita a cada 20 horas, a uma distância de apenas 2,5 milhões de quilômetros da sua estrela. Sua temperatura oscila entre 1.000ºC e 1.500ºC, o que significa que não pode abrigar vida. Seu raio é cerca de 80% maior que o da Terra.

Em artigo na revista "Astronomy and Astrophysics", os cientistas disseram que suas conclusões colocam o CoRoT-7b na categoria das "super-Terras". Cerca de 12 delas já foram localizadas, mas é a primeira vez que se mensura com relativa precisão a densidade e a massa de um exoplaneta tão pequeno, disseram eles.

Para fazer essas medições, eles usaram um dispositivo chamado "procurador de planetas por velocidade radial de alta precisão" (Harps, na sigla em inglês), que é um espectrógrafo ligado ao telescópio do Observatório Europeu Meridional, em La Silla, no Chile.

De acordo com os cientistas, esse é "o melhor dispositivo caçador de exoplanetas no mundo. Embora o Harps seja certamente imbatível quando se trata de detectar exoplanetas pequenos, as medições do CoRoT-7b se mostraram tão exigentes que tivemos de reunir 70 horas de observações", disse François Bouchy, outro integrante da equipe europeia de astrônomos.

Fonte: Folha.uol/a>

Radiação é maior perigo para viagem a Marte, aponta estudo

Esqueça o risco de foguetes explosivos ou de ser golpeado por um pedaço de lixo espacial rebelde.

A radiação deve ser o maior obstáculo para exploração humana além da órbita próxima à Terra, e poderia causar sérias dificuldades para uma missão recentemente proposta para a órbita de Marte.

Plano atual

Um estudo solicitado pela Casa Branca para revisar as atividades da Nasa (agência espacial norte-americana) de voo espacial com humanos sugere enviar astronautas para uma das luas de Marte, Phobos ou Deimos, entre outras possibilidades indicadas em relatório publicado semana passada.

Dessas posições, os astronautas poderiam usar robôs por controle remoto para explorar a superfície marciana e obter imagens --tanto do planeta como da lua em si-- para posterior estudo na Terra.

Isto evitaria a necessidade de desenvolver equipamento caro para fazer humanos aterrissarem em um corpo celeste com gravidade tão grande como Marte.

"Eu iria a Phobos ou Deimos sem hesitar, mesmo sem qualquer esperança de pouso em Marte", diz o cientista planetário Pascal Lee, do Instituto Marte, organização de pesquisa baseada na Califórnia, nos EUA.

Na semana passada, a Nasa também havia anunciado estratégia priorizando Marte em detrimento da Lua.

Limitações e câncer

A ameaça da radiação espacial na forma de raios cósmicos deve manter os astronautas confinados a bem perto de casa.

Os raios compõem-se, na verdade, de prótons em alta velocidade e núcleos atômicos mais pesados que "chovem" em nosso Sistema Solar vindos de todas as direções.

Eles podem atravessar e fatiar moléculas de DNA quando passam por células vivas --e o dano resultante pode levar ao câncer.

Pessoas no solo estão protegidas pela atmosfera do nosso planeta e o campo magnético, que também fornece alguma proteção para os astronautas na ISS (Estação Espacial Internacional).

Até as missões lunares são curtas o suficiente para manter baixo o risco devido à radiação, e a própria Lua também bloqueia metade das partículas que chegam. Mas tripulações em jornadas além disso não teriam tal proteção.

O estudo feito para a Casa Branca espera uma missão a Marte com duração de 750 dias. Uma vez que tais viagens expõem astronautas a mais radiação que o permitido atualmente, a Nasa terá que considerar aceitar riscos mais altos para as missões.

Fonte: Folha-uol

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Galáxia de Andrômeda "canibaliza" vizinhas menores

Estudo publicado nesta quarta-feira pela revista britânica "Nature" mostra que a maior de nossas galáxias vizinhas, a de Andrômeda, cresce por "canibalismo". Isso confirma modelo de crescimento hierárquico das galáxias.

A descoberta foi feita ao analisar restos de galáxias anãs absorvidas ou desmembradas por ela.

"Detectamos estrelas e estruturas que são, quase com toda a certeza, restos de galáxias anãs destruídas pelos efeitos das marés de M31 [como também é conhecida a galáxia de Andrômeda]", explicou a equipe de Alan McConnachie, do Instituto de Astrofísica NRC Herzberg de Victoria, Canadá.

A equipe internacional de astrônomos utilizou um telescópio compartilhado por Canadá, França e Havaí para observar os arredores dessa galáxia, situada a 2,5 milhões de anos-luz da Via Láctea --1 ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros.

Em uma ampla zona ao redor do disco conhecido de Andrômeda, os astrônomos descobriram estrelas que não puderam se formar por falta de densidade suficiente de gás. Daí a ideia de que sua origem sejam galáxias anãs absorvidas por Andrômeda, muitas delas ainda por detectar.

A Galáxia do Triângulo é uma das vítimas "devoradas". Cercada por uma estrutura estelar "que é a prova de um recente encontro com a M31", milhões de suas estrelas foram sendo jogadas para fora.

Calcula-se que este encontro tenha acontecido há alguns bilhões de anos, quando o Triângulo, uma pequena galáxia de 2 bilhões de estrelas, se aproximou a "apenas" 130 mil anos-luz da gigante Andrômeda, galáxia com 100 bilhões de estrelas.


Fonte: folha.uol.com.br/